sexta-feira, 26 de março de 2010

Informações sobre o capitalismo do desastre no Haiti

Passados dois meses do terremoto no Haiti, milhares de haitianos afetados pela catástrofe nem sequer receberam tendas sob as quais possam encontrar um abrigo provisório. Dias atrás o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que hoje, junto com Bush filho, gerencia a busca de recursos privados para o Haiti - pasmem - pediu desculpas pelo fato de, durante o seu governo, os EUA terem tido uma papel determinante para que o Haiti importasse arroz norte-americano subsidiado, o que desde os anos 80 tem acabado com a agricultura do país, empobrecendo milhares de camponezes produtores de arroz, e fomentando a migração em massa do campo para Porto Príncipe (ver o texto 2 deste blog). 
Mais um dado sobre o espólio da ilha: a empresa privada estadunidense Chemonics,  "que recebeu vários contratos totalizando dezenas de milhões de dólares fornecidos pela USAID, é uma subsidiária da ERLY Industries, que também é a empresa controladora da American Rice Corporation (Corporação Americana de Arroz), uma das principais beneficiárias das políticas pelas quais Clinton pediu desculpas" (http://www.zcommunications.org/thousands-of-haitians-will-die-unless-u-s-beefs-up-relief-efforts-by-mark-weisbrot).
A ocupação do Haiti continua - com os Estados Unidos e a ONU, tendo o Brasil à frente, dividindo a intensificação de uma tragédia que já não interessa mais como espetáculo midiático - a prolongar o sofrimento e a fome de uma população já há muito tempo privada do direito de escolher o seu próprio destino.  


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